Livro: Quando Ninguém Está Olhando
Autor: Alyssa Cole
Páginas: 400
Editora: Intrínseca
O livro conta a história de Sydney Green, na verdade não a história dela propriamente dita, mas sim do bairro em que ela nasceu e cresceu. O bairro do Brooklyn, em Nova York, foi seu lar durante boa parte da sua vida e agora devido a mudanças que estão acontecendo rapidamente está perdendo sua verdadeira identidade.
É por isso que Sydney decide desenvolver um passeio guiado
pelo bairro, no qual ela conta história do bairro e de seus moradores afim de
que a história daquele lugar não seja apagada. Para isso ela precisa fazer uma
pesquisa extensa e conta com a ajuda de seu novo vizinho, Theo.
No começo eles visitam pessoas, museus e igrejas para fazer
suas pesquisas, porém com o decorrer do livro e com diversos acontecimentos,
nós começamos a perceber algumas situações suspeitas, além de falas
extremamente revoltantes. O que antes parecia ser uma teoria da conspiração
impossível de acontecer começa a fazer muito sentido quando comparados com situações
que aconteceram há vários anos, principalmente na época da colonização.
O livro é muito mais que suspense, porque não há uma morte já
no início em que é necessário investigar, mas uma série de acontecimentos aqui
e ali que isolados parecem não ser nada, mas em conjunto mostram uma situação
bem maior e bem mais perversa. A narração da história é intercalada entre a
Sydney e o Theo e isso faz muita diferença, porque conseguimos notar a
diferença sobre os pontos de vistas e a forma de encarar tudo de uma pessoa
negra que sofreu e sofre discriminação a vida inteira e um homem branco que
nunca precisou pensar ou se preocupar com isso.
Na verdade, quando comecei o livro eu não fazia ideia do que
se tratava a história e dos desdobramentos que ela iria ter, até achei meio devagar
a primeira metade do livro, tive dificuldade para embalar com a leitura, mas
chega um certo ponto que a história te prende, o que antes era paranoia da
Sydney, começa a fazer muito sentindo e percebi como as pessoas podem ser cruéis.
Do meio para o final o livro fica bom, muita ação e
suspense, eu li praticamente metade do livro de uma vez porque queria saber
como tudo terminaria, mas infelizmente o final ficou meio vago, para mim
ficaram muitas pontas soltas, parece que a autora correu para terminar e não
amarrou tudo.
O livro aborda o racismo usando como exemplo os próprios
personagens então fica muito atual, ao mesmo tempo que trás à tona fatos
históricos, para mostrar que se nada for feito vamos viver eternamente num
ciclo de preconceito, discriminação e violência.
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